O
Escracho Geral está de volta. A última postagem foi em abril de 2012 e depois,
o que seria uma pequena pausa para descanso, se transformou em enorme folga
movida a outros compromissos que se sobrepuseram, temperados com um pouco de
preguiça.
Mas
acredito não ter havido muitas perdas para os leitores. Êta aninho chato pelo
qual passamos! Afora o julgamento do mensalão, que transformou juízes em
vedetes, só chatices: tivemos que aguentar o Corinthians como campeão do mundo;
um cenário eleitoral completamente dentro da normalidade e um contexto econômico
enjoativamente morno.
E
agora para 2013, o que nos espera? Sobre os resultados da economia nacional, se
algo de diferente não acontecer, teremos quase um repeteco do ano passado.
O
otimismo inicial – de crescimento entre 3% e 4% (aliás, pouco para o Brasil em
seu atual estágio) – tende a ir minguando podendo até chegar de novo a uns
decepcionantes 0,9% como em 2012, de acordo com o último relatório do Banco Mundial.
Mas
por que esse tipo de frustração acontece? Culpa da crise global?
Definitivamente não! O fluxo de comércio do Brasil com o resto do mundo
corresponde a cerca 20% do PIB nacional (11% de exportação e 9% de importação)
e a queda de 1,4% das importações e de 5,26% das exportações pouco influenciou
diretamente o resultado decepcionante do PIB.
Entendo
que a decepção dos números econômicos ocorre principalmente porque as
expectativas criadas são muito bem divulgadas em termos publicitárias e muito
mal trabalhadas na vida real.
O
ex-presidente Lula deixou o Brasil turbinado e hoje pagamos o preço disso: a
Bolsa Família – que realmente alavancou o consumo no seu devido tempo – perdeu o
ímpeto e hoje representa um número custoso a ser mantido para que o PIB não caia.
A democratização do crédito também gerou efeitos rápidos sobre o consumo e a
renda; mas os juros exorbitantes e a falta de cultura financeira da nossa população
resultaram em explosão da inadimplência. Por fim, o ex-chefe do País não impediu
(já que ele não sabia...) que os ganhos de arrecadação – com a alta da carga
fiscal – fosse quase que completamente absorvido em gastos não produtivos
(inchaço da máquina pública) ao invés de priorizar investimentos de sustentação
da economia no futuro.
A
verdade foi que a pobre da nossa Patroa atual recebeu uma encrenca daquelas de
seu padrinho político e agora tem a missão de desfazer a bagunça sem o
benefício de culpar o passado e com enormes restrições orçamentárias no futuro.
E
onde o Poder Executivo poderia mexer para tentar melhorar realmente a situação brasileira
para 2013 e anos futuros? Vejamos alguns itens que seriam bem-vindos.
Para
2013:
· Contenção de gastos de custeio da máquina pública em favor de investimentos produtivos e redução de carga fiscal;
· Usar de forma mais efetiva o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal para baixar juros ao consumidor e renegociar dívidas das pessoas físicas (recomendável mediante sistemática de educação financeira aos devedores e inadimplentes);
· Política industrial de emergência, centrada na redução e simplificação da carga fiscal (economizando no custeio da máquina pública) e desvalorização do Real a pelo menos R$ 2,50 por dólar, mesmo que isso acarrete, temporariamente, em alta da inflação;
· Reforma ministerial: se não der para reduzir o número de ministérios por conta de compromissos políticos, pelo menos o gabinete da presidência deve criar um instrumento que assegure que as ordens da Presidente sejam cumpridas. Talvez a adoção de uns 5 super-secretários executivos, com a missão de monitorar tematicamente as secretarias dos ministérios seja uma solução barata e funcional.
· Investimento sério em educação básica e qualificação técnica e científica. Isso inclui o uso de modernas tecnologias em escolas-modelo (que não chineleiem!) de replicação de boas práticas de ensino e bons centros de pesquisa e desenvolvimento científico, sem a demagogia de sistemas de quotas raciais;
· Reforma constitucional, limpando a nossa Carta Magna de penduricalhos estéreis e caros para o bolso dos contribuintes e consumidores (na verdade um é o outro e o outro é o um!);
· Plano de longo prazo de redução da carga fiscal. Tipo “o crescimento da arrecadação não pode superar 50% da expansão do PIB real do ano anterior”;
· Decreto-Lei proibindo o Corinthians de ganhar qualquer outro título fora de São Paulo.
Por
hoje é só. Até breve.
Eduardo
Starosta